quarta-feira, 13 de outubro de 2010

TROPA DE ELITE 2, POLÍTICA E CULTURA

No primeiro final de semana desde o lançamento, Tropa de Elite 2 já desponta como o quinto maior público na História da exibição do cinema deste país, desbancando gigantes da cinematografia nacional e estrangeira nesse mesmo critério estatístico, com pouco mais de um milhão e duzentos mil espectadores. Tal feito já coloca José Padilha, Bráulio Mantovanni e Wagner Moura nos píncaros da Sétima Arte, mas creio que o conteúdo do filme nos remete a questões históricas e bastante atuais. Afinal, quando o Brasil encarará seus problemas estruturais de frente?

Sabemos que a desigualdade social nos impede de sermos uma grande nação. De cultura e economia ricas, a péssima distribuição de renda criou um sistema perverso de corrupções, favorecimentos e criminalidades exorbitantes. Ao procurar explicações, o filme coloca no colo dos espectadores a responsabilidade para a mudança necessária há séculos.

Todos esses problemas são na realidade oriundos de apenas um, a péssima distribuição de renda. Aquilo que é dado como propina é o que falta para a Educação, a única forma de ascensão social, juntamente com a distribuição de renda que passa inicialmente pela questão da posse da terra.

Com personagens ficcionais bastante conhecidos de nossa vida pública, o filme demonstra que temos um longo caminho para saldar a dívida social desse país.

12 comentários:

  1. Eu assisti ao filme 'Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro' e é simplesmente sensacional. Além de toda a repercursão, traz uma discussão, que sendo mostrada assim, em um período de eleições à flor da pele, onde políticos, partidos e coligações fazem de tudo para garantirem os votos dos eleitores e dias antes das temidas eleições do 2º turno, fazem a gente pensar, pensar e pensar... E o mais importante, traz a tona questões, como você mesmo já mencionou, políticas e culturais, em que nós brasileiros precisamos acordar, e muito rápido, antes que isso tudo não tenha mais solução! Pra quem não viu ainda, vale muito a pena ver! Só para concluir, será que o inimigo agora é outro ou sempre foi o mesmo e nunca percebemos?! Abraços a todos! =D

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  2. Por que será que o filme só foi lançado depois do primeiro turno heim?
    Rá!

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  3. Ainda não assisti ao filme, mas acho que o inimigo sempre foi a desigualdade mesmo. Enquanto pessoas que não tem nada, continuarem não tendo nada vendo pessoas que tem até demais coisas do tipo vão acontecer. E nós ficamos com medo dos "bandidos" que se tornaram bandidos por não ver outra opção ou por influência do meio onde vivem. Daí a sociedade de classe média e alta acham que os bandidos tem que morrer, porque fazem coisas terríveis como assaltos e mortes, o que concordo são coisas terríveis. Mas será que são mais terríveis do que essa mesma sociedade de classe média que gasta dinheiro com coisas supérfluas sabendo que tem pessoas passando fome, e simplesmente não se importam ou então colocam a culpa no governo? A ação tem que partir de nós também. Já sabemos que existe corrupção e que o governo é ineficaz, mas reclamar e ficar quieto deixando o tempo passar e esperando que um dia quem sabe tudo melhore é ainda mais ineficaz!

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  4. muito bom professor, mas da próxima vez coloque algo mais aberto a discussões para que os leitores do seu blog digladiadiem intelectualmente, tratando de assuntos mais interessantes e varidados.
    Apenas uma sugestão.

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  5. Longe de ser uma obra-prima cinematográfica, no que se diz respeito a criação artística propriamente dita ( personagens realmente complexos, linguagem utilizada, luzes, sombras, enquadramentos, iluminação dialógos e demais elementos do cinema), esse filme para mim demonstra mais uma questão da espetacularização da violência no seu quesito mais puro. Exposição midiática excessiva, patrocínios dúbios e discurso já conhecido sobre a questão da violência acabam por criar ainda mais o senso comum sobre violência. Não que o filme seja um tremendo fracasso, mas esta longe de mobilizar transformações duradouras ou sólidas servindo mais para um entretenimendo de final-de-semana.
    Sem querer defender um cinema purista e underground, é de se pensar como esse filme em questão mobilizou tanto em torno da violência e avaliar qual foi o público de viu o filme, acredito que há mais estratégias mercadológicas por trás do que todo esse alvoroço da mídia.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Bom, ainda não assisti esse segundo filme, portanto ainda não irei fazer uma comentário mais completo. Essa semana creio eu que conseguirei ver, e então postarei um comentário mais concreto...
    Abraços

    Bruno Santos Rosa

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  8. Quem tem dúvidas com relação a toda esta violência no Brasil e Rio de Janeiro?

    Quem tem alguma dúvida com relação ao envolvimento de pessoas importantes incluindo policiais e juízes no crime organizado?

    Quem tem dúvida que muitos policiais resolvam a violência com violência?

    Quem tem dúvida de que os cariocas que moram ou trabalham próximo aos morros pagam pela proteção do tráfico para se manterem vivos e preservarem suas famílias?

    Apesar de saber que não temos dúvidas com relação a estas questões nem sempre damos o foco necessário no momento de escolher nosso candidato.

    Um assassinato a cada 15 minutos no Brasil. Você tem noção?

    Provavelmente duas pessoas foram assassinadas enquanto eu escrevia este texto.

    Estamos em guerra. Uma guerra velada em nosso país pacífico de pessoas alegres e de bem.

    A violência perde sua força em nós sempre que esta se resume a aqueles que vivem na escassez de educação, saúde, alimentação, habitação, segurança, dinheiro, amor, etc.

    E quando ela bate em nossa porta ou na porta de pessoas queridas por nós?

    Neste momento nos iramos ou ficamos com medo e começamos a criticar o governo, qualificar a sociedade como egoísta, falar dos empresários que possuem milhões e que não investem, das pessoas que não se dedicam em contribuir socialmente, dos ignorantes que não sabem votar, e assim vai...

    Quer exemplo de indignação social?

    Quem não se assustou com o assassinato do Jornalista Tim Lopes, com o caso Isabela, com a violência do goleiro Bruno no assassinato da Eliza Samúdio, com a Suzane von Richthofen que matou os pais, com o jornalista Pimenta Neves que matou a namorada , com o assassinato da advogada Mercia Nakashima ... etc. etc. etc.

    Quer exemplo de passividade perante o crime?

    Quem se indignou com a monte do Pixote, do filho da mulher da vendinha da esquina, do menino que estava voltando da escola e levou um tiro, das chacinas que levaram quase toda uma família incluindo crianças para o cemitério... estas pessoas são até sem nome...

    Precisamos realmente do Filme Tropa de Elite I e agora II para refletir e debater sobre estas questões e ser mais responsável ao escolher um candidato?

    Iris Oliveira

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  9. muito bla, bla, bla intelectualoide...
    A questão é que o pior do Brasil é o brasileiro. Quem morou em algum país mais evoluído intelectualmente e culturamente sabe que a cultura do brasileiro é a "lei de Gerson", a "farinha pouca meu pirão primeiro", o povo brasileiro é uma vergonha, 90% da sociedade civil, se tivesse a oportunidade de estar em um cargo de poder iria querer tirar algum proveito ilícito. A corrupção está encrustada na alma do brasileiro, os governantes e autoridades não são ETs malígnos que desceram no Brasil pra sodomizar uma população honesta e coitadinha. Eles são parte do povo e refletem a personalidade do povo.
    Ai eu fico lendo um bando de alienado bitolado falando que o PT é mais honesto, ou que o PSDB é mais honesto ou que a Marina é a salvação da lavoura!!! BULL SHIT!!! todos tem que entrar no "sistema" para garantir a governabilidade. Isso tudo é marketing de campanha. A unica salvação do Brasil é a educação! é ensinar o povo a ter o habito de aprender, para que assim possa ter um senso crítico e mudar o perfil. mas isso demora, nossa democracia apenas está ingatinhando.
    O filme não quer iniciar nenhuma mudança sólida no país, seria muita pretenção hauhauahua!!! a arte, em alguns momentos serve apenas para fomentar uma discução. Acho que isso está bem claro no filme, que aliás, aborda de forma brilhante esta questão.

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  10. Gostei do filme, acho que ele nos mostra um pouco da realidade, realmente o que esta por de trás da política. Provavelmente foi lançado em época de eleições para que o Brasileiro se conscientize e análise mto bem antes de cometer erros.
    Renata

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  11. Agradeço a todos os que postaram comentários. É um assunto bastante complexo esse Brasil. Mas acho que todos concordam que o único caminho para fazermos de fato uma nação, é a Educação.
    Abraço a todos,
    Charles.

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  12. (Me abstenho de comentar o filme, pois ainda não assisti, mas vou fazer alguns comentários)

    Os governantes só refletem o que o povo é. Se são corruptos, assim o são porque o povo também é.

    O inimigo também nunca foi outro, sempre foi o mesmo, e sempre fomos nós.

    Cada povo tem o que merece. Se merecemos pouco, então devemos melhorar.

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