quarta-feira, 6 de outubro de 2010

MARINA, QUASE VINTE MILHÕES DE VOTOS E UMA DÚVIDA

Passado três dias das eleições de domingo passado, pós tiriricas, fichas-sujas, governadores eleitos em primeiro turno, segundo turno em alguns Estados, novos senadores e políticos tradicionais que abandonam a vida pública devido a fracassos eleitorais, a grande pergunta para o final da eleição mais importante, a de presidente é: qual dos dois candidatos Marina Silva vai apoiar ou se optará pela neutralidade?
Até o momento, os analistas dizem que existe uma total incógnita. Proponho levantar alguns temas sobre este fenômeno. Os eleitores de Marina abrangem um descontentamento e um perfil bastante heterogêneo. Vão desde eleitores de maior escolaridade, dos centros urbanos, que ideologicamente vêem na sustentabilidade o caminho do terceiro milênio para o Brasil e o mundo, mas também os eleitores evangélicos (25% da população brasileira), aqueles que eram petistas e se decepcionaram com as opções e condutas do partido do ponto de vista ético nos últimos 8 anos e eleitores que não concordam com o modelo neoliberal da Era FHC.
Para que os eleitores pendam por Dilma ou Serra, Marina Silva deve abraçar, literalmente, um ou outro, pois seus eleitores não possuem motivos facilmente aparentes para apoiar alguma das candidaturas. Marina deve criá-lo. Dada essa heterogeneidade do perfil dos eleitores “verdes”, uma possível neutralidade seria indesejada e soaria como um “calar-se”, um “lavar de mãos”. Marina deve, ao posicionar-se, exigir do candidato, seja qual for, um compromisso, ou melhor, um acordo em relação à adoção de novos modelos sócio-econômicos que tenham como esteio a sustentabilidade através de medidas concretas em relação à construção de novos tipos de usinas para obtenção de energia que não agridam o meio-ambiente e em relação à nova lei ambiental, que praticamente libera o desmatamento e anistia as dívidas de mega empresários do agronegócio.
Vamos acompanhar os próximos capítulos e agir atentamente.

18 comentários:

  1. Professor,
    Bom dia.

    Sou sua aluna em uma das matérias online da Anhembi Morumbi.

    Acho bastante interessante a discussão proposta, pois para aqueles que votaram na Marina, fica a dúvida.

    E agora?

    A Marina foi a grande peça do primeiro turno e acredito que também será no segundo turno.

    Esperemos.
    (e o que espero, sinceramente, é que o PV não escolha apoiar alguém que faça com que eu me arrependa de ter votado na Marina).

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  2. Na teoria era pra ser assim... Mas infelizente o buraco é mais em baixo sempre quando falamos em política. ¬¬
    Vai apoiar certamente o lado que melhor for conveniente tanto para ela, quanto para o PV, ou seja que vai apoiar o lado que mais beneficiará com cargos, secretarias, ministérios, etc.

    O Brasil pode mais! #oremos

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  3. Bom, Concordo com a Géssica de que a decisão da Marina, Não faça os eleitores se arrependerem.
    Realmente ficamos em uma grande expectativa em saber qual ela apoiará, mas acredito que não envolve apenas o lado de beneficio a ela ou ao partido e sim ao caráter e até mesmo as propostas.
    Muitos reclamam da politica do Brasil, claro que não é a melhor e como em qualquer outro tipo de politica pode exister irregularidades.O povo brasileiro ainda não acordou e pensa que politica é brincadeira e que ninguém faz nada, acreditando no slogan "pior que tá não fica" e o pior é que fica sim. #acordabrasil

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  4. Pois é, "pior que tá" fica sim...
    E gostaria muito de acreditar que alguém vai ponderar caráter e propostas mesmo. =/
    Acredito que nada construido em cima de alicerces falsos, fique em pé sem desmonorar. Como um governo será bom para todos, sem corrupção e tudo mais, se já começa durante as campanhas eleitorais a bagunça, por exemplo?
    Nem começou o novo mandato e já tem corrupção pelo caminho ou vocês acreditam que o dinheiro usado para campanha de Marina, Serra e Dilma foi "limpo"?

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  5. Não somente os evangélicos ficaram desapontados com a falta de ética, princípios morais e democráticos do governo do PT. Fui petista roxo mas nunca fui xiita. Foram tantas mostras de descaso com a justiça que meu "amor vermelho" também se esvaiu. E olha que eu estou lonje de ser evangélico.

    Na minha opinião, tendo em vista que a Marina (como pessoa, não como representante de interesses partidários) tem a clara noção de que apoiar o Serra é o ato condizente com seus valores. Ela foi testemunha da corrupção visceral que o PT implementou e está implementando no governo (e em outras tantas áreas).

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  6. Realmente Thais, não acredito no dinheiro limpo. Mas vejo este ponto como mais uma oportunidade de analisar quem gastou mais e de qual forma gastou. Se formos perceber a maioria dos partidos fez investimentos monstruosos para elegar tal candidato. A diferença é que alguns souberam aplicar melhor. Por exemplo, pude contar nos dedos a quantidade de folhetos da Marina que vi jogados em frente ao colégio eleitoral, enquando vi milheiros de outros candidatos e/ou partidos.

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  7. Poxa mais ai também nem se fosse o pior dos diretores de campanha para deixar passar essa... como pregar sustentabilidade destribuindo um monte de papel como material de campanha?
    Quando falamos em campanha eleitoral, é muito mais do que santinho e folhetos: pessoas do próprio partido que em época de campanha recebem 2 salário, 1 pelo partido outro pela campanha; muitas pessoas para as vagas tempórias durante a campanha e por ai vai, e quando o partido não é muito organizado o desvio ja começa entre eles próprios.
    Sem contar igrejas envolvidas o que me deixa mais triste, foi se a época que a igreja era o estado, mas esta sempre no meio. Seja diretamente ou indiretamente.
    Enfim muito dinheiro em jogo, multiplos interesses e poucas propostas concretas e verdadeiras. =/

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  8. Bom Dia,
    Acredito que a Marina Silva irá se dizer como "neutra" mesmo com a pressão da executiva do Partido Verde que acha que essa é a hora do Partido Verde crescer, apoiando X ou Y (no caso D ou S), fazendo um bom acordo para que futuramente o partido que ela apoiar, apoie também o Partido Verde.

    Mais o provavel fim dessa novela vai ser a Marina Silva como neutra, e a executiva do Partido Verde apoiando o candidato José Serra, pois como sabemos, o Partido Verde no RJ, em SP, e em alguns outros estados é muito proximo do PSDB, DEM, etc.
    Sendo que o Presidente do PV já trabalhou em governos ligados a José Serra, e com certeza irá fazer pressão para o apoio ao candidato

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  9. O PV é dividido... é uma bagunça só ai que ta rs
    Em alguns lugares esta trablhando junto ao PT e outros ao PSDB DEM como disse. A divisão do partido irá atrapalhar. Mas acredito que penderá para apoiar o PSDB e Marina mantendo-se neutra para não se "queimar".

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  10. Se Marina tomar partido de algum dos lados, deixa de ser Marina. É claro que o PV precisa apoiar ou PDSB ou PT, pois pode, a qualquer momento, depender dos favores desses partidos.
    No meu ponto de vista, o apoio do PV está muito mais perto do PSDB do que do PT, não por compartilhar das mesmos ideais, longe disso, mas pelo PSDB ajudar financeiramente o PV, segundo dizem.
    Para Marina, seria contraditório apoiar o PT, pois saiu do partido após as aparições das corrupções quanto apoiar o PSDB por ser, anteriormente, complacente com os ideais petistas,não peemedebistas.
    Fica a dúvida, claro, talvez, ficará pra sempre. Resta a nós, que detemos o poder nas mãos, decidir pelo país. Só não se esqueçam de uma coisa, o Brasil, infelizmente, não é o país que a gente está acostumado a ver, mas sim, um país onde a metade da população passa fome. É de se pensar...

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  11. Tanto faz o candidato eleito, o que interessa é crescer e enriquecer. Essa crença nas ideologias é passado, superada - a esquerda está no poder em diversas nações, de uma maneira sem precedentes e, entretanto, nunca esteve tão apática e dependente da direita.

    Quem opta pela sra. Dilma Roussef está em busca da continuidade e não quer arriscar o inosso José Serra. É comumente observado também o pré-conceito instaurado de cultura e inteligencia sobre "psdbistas" e "verdes", como se fossem pessoas muito mais capazes que os eleitores do Partido dos Trabalhadores.

    Está na ora de perceber que é findada a dicotomia ideológica ou, na melhor das hipóteses, restrita ao campo das idéias. O que todos buscam é GANHAR DINHEIRO. E isso é um fato estatístico (vide recordes em vendas de automóveis, eletro-eletrônicos e demais bens de consumo).

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  12. Após 20 milhões de votos - fato que superou as espectativas até do mais otimista dos "verdes" - espera-se, primeiramente, que o PV não se iluda, e não se sinta "dono" das eleições. Agora veremos se irão adotar realmente a política "nova", que tanto ressaltaram no 1º turno. Uma política de "debate", e não "embate".
    Ou seja, que apoiem aqueles que se comprometerem de certa forma com as propostas da campanha da candidata Marina. E não, que apoiem aquele que lhe derem cargos em ministérios, aqueles que possam aumentar a visibilidade partidária, ou da própria candidata Marina.

    Já tivemos no passado, pessoas que já adotaram todos os tipos de apoio. Ciro Gomes, em 2002, se vendeu para Lula no segundo turno, em troca de um cargo de ministro (está vendido até hoje), Heloísa Helena (amiga declarada de Marina Silva), em 2006, não apoiou ninguém, dizendo serem tudo "farinha do mesmo saco".

    Enfim, exemplos são vários, o que de fato deve acontecer é, Marina decidirá seu apoio dia 17, em um momento onde a campanha do segundo turno já terá tomado seu rumo próprio, independente de seu apoio. Será um algo a mais na campanha de Dilma ou Serra, e não o diferencial. E Marina, até lá, analisará aquele em que ela pode ver ganhos futuros para 2014, aquele que faça ela crescer mais ainda no cenário político.

    Particularmente, já me satisfaço em ver este debate vindo à tona na política nacional, o surgimento de uma política realmente nova como Fábio Feldman e Young em São Paulo (dois resultados supreendentes de governador e senador respectivamente), ver os candidatos dessa política arcáica, estremecerem e gaguejarem ao ter que responder uma pergunta de candidatos como Plínio e Feldman, já me deixa esperançoso para uma mudança breve na política.

    Professor Charles, parabéns pelo blog, só acho que teria que ter mais destaque na unidade web para acessá-lo.

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  13. Não acredito em polaridades partidárias. Isso acabou há muitos anos no Brasil. A política é movida quase que unicamente por interesses pessoais.

    A Marina tem a chance de talvez decidir essas eleições. Existe uma grande probabilidade de que ela, sozinha, ao direcionar seu apoio, decida o futuro do Brasil nos próximos quatro anos.

    Levando-se em conta todos os escândalos do governo e respectivas omissões do presidente Lula, não vejo NENHUMA outra alternativa para a Marina, senão apoiar o candidato tucano.

    Dilma é incompetente, tem um passado misterioso e intenções obscuras e desconhecidas. Ninguém que vota em Dilma vota em Dilma de fato, mas sim em Lula. Isso é normal?

    Na campanha de 1994, Lula criticou o Plano Real, plano esse que estabilizou a decadente economia brasileira e viabilizou o progresso recente do governo Lula, apoiado pelo ex-deputado pelo PSDB de Goiás e agora Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles e atual Ministro da Fazenda e ex-aluno de FHC, Guido Mantega.

    Na campanha de 1998, Lula criticou as privatizações da chamada política neo-liberal de FHC, especialmente a da Vale do Rio Doce. O fato é que foi uma decisão importante à estabilização da economia. As estatais davam prejuízo ao governo na época, e antes de 2005, com a mudança brusca da valorização do aço, a Vale (negociada em 1997) pudesse ser tão rentável para o país. Em contrapartida, o governo atual privatiza indiretamente o capital nacional, tomando dinheiro na praça, através do BNDES, com um juros próximo do SELIC e repassando para grandes multinacionais com taxas de juros MUITO menores. Tome exemplos como Sadia, Odebrecht, entre outras. E isso? Isso não é concentrar riqueza na mão de poucos?!

    Em 2002, por fim, Lula criticou o programa Bolsa Escola do então oponente José Serra. Hoje ele implanta como uma das principais armas de fidelização cega dos eleitores de classe C e D, o Bolsa Família.

    Acreditem, não sou tucano. Não tenho nenhuma conexão com nenhum partido e muito menos o pretendo. O que me enerva profundamente, é a postura de Luiz Inácio da Silva e homens de caráter invejável como o Sr. José Dirceu, querendo - e consguindo - dividir o país em dois: o Brasil dos ricos e o dos pobres. A chamada "Elite Privilegiada" é quem PAGA, é quem SUSTENTA os programas sociais do governo safado do PT. E a reforma tributária? O Sr. Lula, muito polida e educadamente nos ASSALTA enquanto ficamos inevitavelmente impotentes.

    Dia 31, José Serra terá o meu apoio e o de Marina Silva, se Deus quiser!

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  14. Ela apoiando outro candidato? Então nosso primeiro voto jogamos fora? Infelizmente o resultado de fazer um compromisso com um candidato que na disputa tornou-se inimigo feroz é aterrorizante..

    Eles atacam uns aos outros e depois tem que fazer aliança? Isso é ter opinião? Isso é sustentar uma idéia de partido?

    Brasil Brasil..

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  15. Política não se vota, se faz, agora o que vocês querem é colocar na mão de alguem o poder e não tomar responsabilidade deles, se o capitalismo fosse tão agressivo quando se temia, a pátria seria morta e viria a anarquia, essa sim seria boa... cada um cuidando de si e do amigo....

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  16. Nosso amigo Diego Carvalho falou tudo " Eles atacam uns aos outros e depois tem que fazer aliança"? Não da pra entender essa situação, se for pra acontecer isso, então nãoi precisaria existir diversos partidos, diversos governadores, diversos senadores, bastava um de cada, podendo ficar no comando anos e anos!

    Bruno Santos Rosa

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  17. Este comentário foi removido pelo autor.

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  18. Considerando todo o sucesso desta primeira tentativa da Marina certamente ela vislumbra grandes possibilidades de se eleger como presidente do Brasil no futuro próximo, acredito que com isto ela fará o possível e impossível para manter-se na neutralidade.

    Apoiar o Serra irá contra tudo o que ela pregou (este termo é bem adequado a ela por motivos óbvios) durante toda sua vida contra a postura FHC e Serra, ao meu ver isto seria um disparate.


    Por outro lado, apoiar a Dilma depois de tudo seria também um retrocesso.


    De toda forma, não acredito que 100% dos eleitores da Marina foram dos que acreditaram totalmente em sua proposta de governo, mas sim pela questão ambiental e também pelo fato de não concordar com nenhum dos dois candidatos hoje no segundo turno.

    Espero que Marina arrume uma saída sábia e não decepcione seus reais eleitores.
    Iris Oliveira

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