InterUnesp, Araraquara, 10 a 13 de outubro de 2010. Um rapaz aproxima-se de uma garota obesa e, através de uma conversa aparente como uma paquera prende a aluna para, juntamente com cerca de mais 50 alunos, participarem de um “Rodeio das Gordas” no qual o objetivo consistia em montar a aluna como um boi. O objetivo da atividade era permanecer o maior tempo possível sobre a aluna para ganhar um abadá e uma caneca. Aos gritos de “Pula, Gorda bandida!” a turba divertia-se, apesar dos protestos de um grupo contra o bullyng e das próprias vítimas. Até uma página do Orkut foi criada para documentar o evento.
Tal fato nos recorda o ocorrido com a aluna Geisy que, como todos sabem, ao ir à Universidade como um vestido curto, escutou frases como “Vamos estuprar!” entre outras agressões.
Na década de 60, os estudantes embebidos pelos ideais da contracultura reuniam-se, festejavam, amavam e celebravam a liberdade com poesia, música e arte, mesmo com uma Ditadura Militar nas costas. Muitos morreram para que pudéssemos vivenciar a democracia, a liberdade de expressão e de costumes contra a cruzada moral conservadora ditatorial do período. Hoje temos a liberdade, os estudantes possuem ferramentas tecnológicas capazes de lançar em tempo real suas idéias, obras e produções ao planeta, o direito de eleger e de ser eleito, inclusive para presidente. É muito triste assistir episódios como esse que nos lembra as agressões às minorias ao longo da História, a chacota sofrida por negros, judeus, índios, nordestinos, homossexuais e agora as obesas. Quem será a próxima vítima?
Para ler o ocorrido:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2710201001.htm
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
ITAMAR ASSUMPÇÃO E A CAIXA PRETA
Finalmente chegou a Caixa Preta de Itamar Assumpção! Trata-se da coletânea de todos os discos (12 CDS) de Itamar Assumpção, poeta, cantor, compositor e talvez o mais emblemático expoente da “Música de Vanguarda Paulista” da década de 80. Nascido em Tietê, Itamar juntamente com a Banda “Isca de Polícia”, lança o LP “Beleléu Leléu Eu” em 1980 após passagem pelo grupo de Arrigo Barnabé, no qual era contra-baixista. A Caixa Preta é um projeto batalhado pela da família de Itamar Assumpção desde sua morte prematura em 2003 e finalmente finalizado juntamente com o selo SESCSP. Além das obras feitas em vida, essa caixa possui mais dois CDs de músicas inéditas Pretobrás II - Maldito Vírgula - 2010; e Pretobrás III - Devia ser proibido – 2010 que foram produzidos respectivamente por Beto Villares e Paulinho Lepetit.
Para comemorar tal feito, o SESCSP está promovendo diversos shows que iniciados na última 6af dia 15 de outubro e vai até dia 30. No último fim de semana, tivemos no palco, entre diversos artistas, Denise Assumpção, Arrigo Barnabé, Lenine, Serena Assumpção, Anelis Assumpção, Karina Bhur, Lelena e Simone Soul, além de Elke Maravilha.
Ainda há mais dois finais de semana! (Graças a Deus!). Teremos ainda as Orquídeas do Brasil, Naná Vasconcelos, Jards Macalé, Alzira e Tetê Espíndola entre outros iluminados.
Quem não conhece a obra de Itamar Assumpção, é uma excelente oportunidade. Para aqueles que tiveram a oportunidade de vê-lo em palco, é uma benção!
“Que tal se nós dois vivêssemos
Do jeito que nós quiséssemos,
Sem nada que aborrecesse - nos
Que tal se tudo tivéssemos (...)”
(Que tal o impossível - Pretobrás III - Devia ser proibido – 2010)
Para maiores informações e poder ouvir 4 músicas inéditas:
http://www.sescsp.org.br
Para comemorar tal feito, o SESCSP está promovendo diversos shows que iniciados na última 6af dia 15 de outubro e vai até dia 30. No último fim de semana, tivemos no palco, entre diversos artistas, Denise Assumpção, Arrigo Barnabé, Lenine, Serena Assumpção, Anelis Assumpção, Karina Bhur, Lelena e Simone Soul, além de Elke Maravilha.
Ainda há mais dois finais de semana! (Graças a Deus!). Teremos ainda as Orquídeas do Brasil, Naná Vasconcelos, Jards Macalé, Alzira e Tetê Espíndola entre outros iluminados.
Quem não conhece a obra de Itamar Assumpção, é uma excelente oportunidade. Para aqueles que tiveram a oportunidade de vê-lo em palco, é uma benção!
“Que tal se nós dois vivêssemos
Do jeito que nós quiséssemos,
Sem nada que aborrecesse - nos
Que tal se tudo tivéssemos (...)”
(Que tal o impossível - Pretobrás III - Devia ser proibido – 2010)
Para maiores informações e poder ouvir 4 músicas inéditas:
http://www.sescsp.org.br
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
TROPA DE ELITE 2, POLÍTICA E CULTURA
No primeiro final de semana desde o lançamento, Tropa de Elite 2 já desponta como o quinto maior público na História da exibição do cinema deste país, desbancando gigantes da cinematografia nacional e estrangeira nesse mesmo critério estatístico, com pouco mais de um milhão e duzentos mil espectadores. Tal feito já coloca José Padilha, Bráulio Mantovanni e Wagner Moura nos píncaros da Sétima Arte, mas creio que o conteúdo do filme nos remete a questões históricas e bastante atuais. Afinal, quando o Brasil encarará seus problemas estruturais de frente?
Sabemos que a desigualdade social nos impede de sermos uma grande nação. De cultura e economia ricas, a péssima distribuição de renda criou um sistema perverso de corrupções, favorecimentos e criminalidades exorbitantes. Ao procurar explicações, o filme coloca no colo dos espectadores a responsabilidade para a mudança necessária há séculos.
Todos esses problemas são na realidade oriundos de apenas um, a péssima distribuição de renda. Aquilo que é dado como propina é o que falta para a Educação, a única forma de ascensão social, juntamente com a distribuição de renda que passa inicialmente pela questão da posse da terra.
Com personagens ficcionais bastante conhecidos de nossa vida pública, o filme demonstra que temos um longo caminho para saldar a dívida social desse país.
Sabemos que a desigualdade social nos impede de sermos uma grande nação. De cultura e economia ricas, a péssima distribuição de renda criou um sistema perverso de corrupções, favorecimentos e criminalidades exorbitantes. Ao procurar explicações, o filme coloca no colo dos espectadores a responsabilidade para a mudança necessária há séculos.
Todos esses problemas são na realidade oriundos de apenas um, a péssima distribuição de renda. Aquilo que é dado como propina é o que falta para a Educação, a única forma de ascensão social, juntamente com a distribuição de renda que passa inicialmente pela questão da posse da terra.
Com personagens ficcionais bastante conhecidos de nossa vida pública, o filme demonstra que temos um longo caminho para saldar a dívida social desse país.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
MARINA, QUASE VINTE MILHÕES DE VOTOS E UMA DÚVIDA
Passado três dias das eleições de domingo passado, pós tiriricas, fichas-sujas, governadores eleitos em primeiro turno, segundo turno em alguns Estados, novos senadores e políticos tradicionais que abandonam a vida pública devido a fracassos eleitorais, a grande pergunta para o final da eleição mais importante, a de presidente é: qual dos dois candidatos Marina Silva vai apoiar ou se optará pela neutralidade?
Até o momento, os analistas dizem que existe uma total incógnita. Proponho levantar alguns temas sobre este fenômeno. Os eleitores de Marina abrangem um descontentamento e um perfil bastante heterogêneo. Vão desde eleitores de maior escolaridade, dos centros urbanos, que ideologicamente vêem na sustentabilidade o caminho do terceiro milênio para o Brasil e o mundo, mas também os eleitores evangélicos (25% da população brasileira), aqueles que eram petistas e se decepcionaram com as opções e condutas do partido do ponto de vista ético nos últimos 8 anos e eleitores que não concordam com o modelo neoliberal da Era FHC.
Para que os eleitores pendam por Dilma ou Serra, Marina Silva deve abraçar, literalmente, um ou outro, pois seus eleitores não possuem motivos facilmente aparentes para apoiar alguma das candidaturas. Marina deve criá-lo. Dada essa heterogeneidade do perfil dos eleitores “verdes”, uma possível neutralidade seria indesejada e soaria como um “calar-se”, um “lavar de mãos”. Marina deve, ao posicionar-se, exigir do candidato, seja qual for, um compromisso, ou melhor, um acordo em relação à adoção de novos modelos sócio-econômicos que tenham como esteio a sustentabilidade através de medidas concretas em relação à construção de novos tipos de usinas para obtenção de energia que não agridam o meio-ambiente e em relação à nova lei ambiental, que praticamente libera o desmatamento e anistia as dívidas de mega empresários do agronegócio.
Vamos acompanhar os próximos capítulos e agir atentamente.
Até o momento, os analistas dizem que existe uma total incógnita. Proponho levantar alguns temas sobre este fenômeno. Os eleitores de Marina abrangem um descontentamento e um perfil bastante heterogêneo. Vão desde eleitores de maior escolaridade, dos centros urbanos, que ideologicamente vêem na sustentabilidade o caminho do terceiro milênio para o Brasil e o mundo, mas também os eleitores evangélicos (25% da população brasileira), aqueles que eram petistas e se decepcionaram com as opções e condutas do partido do ponto de vista ético nos últimos 8 anos e eleitores que não concordam com o modelo neoliberal da Era FHC.
Para que os eleitores pendam por Dilma ou Serra, Marina Silva deve abraçar, literalmente, um ou outro, pois seus eleitores não possuem motivos facilmente aparentes para apoiar alguma das candidaturas. Marina deve criá-lo. Dada essa heterogeneidade do perfil dos eleitores “verdes”, uma possível neutralidade seria indesejada e soaria como um “calar-se”, um “lavar de mãos”. Marina deve, ao posicionar-se, exigir do candidato, seja qual for, um compromisso, ou melhor, um acordo em relação à adoção de novos modelos sócio-econômicos que tenham como esteio a sustentabilidade através de medidas concretas em relação à construção de novos tipos de usinas para obtenção de energia que não agridam o meio-ambiente e em relação à nova lei ambiental, que praticamente libera o desmatamento e anistia as dívidas de mega empresários do agronegócio.
Vamos acompanhar os próximos capítulos e agir atentamente.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
O DIA CHEGOU!
Em Atenas durante o período clássico, a democracia era a forma dos cidadãos gerirem sua cidade. Na Acrópole, debates entre cidadãos decidiam os rumos dessa pólis grega e eram assistidos por todos. Nesses debates, filósofos, oradores, políticos e membros da comunidade explanavam suas idéias em discussões acaloradas. O interessante nesses debates democráticos e filosóficos era a busca da verdade, o fazer política era uma das maneiras de como os habitantes da pólis se relacionavam em público.
Sócrates, pai da maiêutica, “a arte de interrogar”, sempre dizia que em uma discussão, o objetivo dos confrontantes não era a de ter razão e o opositor não, ou a vitória pessoal e a derrota de seu interlocutor, mas a busca da verdade. Nesse raciocínio, debates servem então para buscar soluções e a verdade em conjunto, não a luta pelo poder.
Neste próximo domingo teremos mais uma eleição no Brasil democrático e, como a maioria dos brasileiros, assisto atônito a embates televisivos entre os principais candidatos nos quais vemos uma clara disputa pelo poder, não a busca por melhores idéias, propostas de governo ou mesmo a verdade. Na maior parte das vezes, fica nítida a ausência desta, a verdade, na fala dos candidatos em meio a números e jogos de cena enfáticos e nos parece falasiosamente que o país vive um período de florescimento sócio-cultural único, bem diferente da realidade que todos conhecemos. Afinal do que falam? Falam do poder. Michel Focault, em obras como “A microfísica do poder” e “Vigiar e punir”, demonstra que o poder é sempre uma relação, quem exerce e quem sofre, e este, o poder, sempre se manifesta através do discurso.
Muitos lutaram e deram a vida para que possamos vivenciar a democracia. Não vamos deixá-la nas mãos de pessoas que pensam apenas em vantagens pessoais e cujo único objetivo é o exercício do poder.
Boa eleição!
Sócrates, pai da maiêutica, “a arte de interrogar”, sempre dizia que em uma discussão, o objetivo dos confrontantes não era a de ter razão e o opositor não, ou a vitória pessoal e a derrota de seu interlocutor, mas a busca da verdade. Nesse raciocínio, debates servem então para buscar soluções e a verdade em conjunto, não a luta pelo poder.
Neste próximo domingo teremos mais uma eleição no Brasil democrático e, como a maioria dos brasileiros, assisto atônito a embates televisivos entre os principais candidatos nos quais vemos uma clara disputa pelo poder, não a busca por melhores idéias, propostas de governo ou mesmo a verdade. Na maior parte das vezes, fica nítida a ausência desta, a verdade, na fala dos candidatos em meio a números e jogos de cena enfáticos e nos parece falasiosamente que o país vive um período de florescimento sócio-cultural único, bem diferente da realidade que todos conhecemos. Afinal do que falam? Falam do poder. Michel Focault, em obras como “A microfísica do poder” e “Vigiar e punir”, demonstra que o poder é sempre uma relação, quem exerce e quem sofre, e este, o poder, sempre se manifesta através do discurso.
Muitos lutaram e deram a vida para que possamos vivenciar a democracia. Não vamos deixá-la nas mãos de pessoas que pensam apenas em vantagens pessoais e cujo único objetivo é o exercício do poder.
Boa eleição!
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