A corrupção no Brasil é coisa antiga. Historicamente tornou-se parte integrante do governo já com a vinda da família real portuguesa ao Brasil, pois com ela, toda a estrutura corrupta administrativa da corte estabeleceu-se em terras tupiniquins. Agregou-se de tal forma e abrasilerou-se. Numa época em que a população livre era dividida em “homens bons” (portugueses) e pessoas comuns, os primeiros não eram sujeitos, por exemplo, a julgamento caso matasse alguém, desde que não fosse também pertencente ao mesmo grupo. Diante de tal estrutura, a divisão entre a “coisa pública” e a “privada” parece coisa sem importância, daí a famigerada expressão: “você sabe com quem você está falando?”, tão elucidativa para entendermos como a corrupção está impregnada na administração pública.
Recentemente a juíza Patrícia Acioli foi assassinada por que era por demais rigorosa contra os crimes envolvendo policiais e milícias. Famosa por seu rigor, dizia que um policial corrupto ou bandido era pior que um traficante. Podemos entender essa afirmação de maneira mais ampla: alguém que zela o patrimônio público é pior que um traficante, pois o dinheiro que esse funcionário público (policial, político, partidos, prestador de serviço...) está roubando é de todo o país, de todos nós. É o dinheiro que falta para uma creche, para os médicos, professores, hospitais. Essa praga desvia o que é de todos para benefício próprio e de aliados. Quando alguns acusados de corrupção no Ministério do Turismo apareceram em jornais em fotos sem camisa como bandidos comuns, muitos disseram que eles não eram bandidos comuns e não mereciam esse tratamento. Os direitos de todos devem ser preservados e de fato não são criminosos comuns, são muito piores.
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