No último domingo, 22/08, ocorreu a passeata intitulada “Humor Sem Censura”, organizada pelo grupo “Comédia em Pé”. Partindo do Hotel Copacabana Palace às 16h, cerca de 400 pessoas, entre elas comediantes de programas humorísticos como “O Pânico”, “Casseta e Planeta” e “CQC”, percorreram parte da orla do Rio, arrecadando assinaturas para serem enviadas ao ministro da Cultura Juca Ferreira, solicitando o fim do artigo 28 da lei 9504/1997 que veta o uso de “trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação" em período eleitoral (http://ultimosegundo.ig.com.br).
Tal acontecimento nos faz pensar no conceito de liberdade, no caso, de expressão. Como sabemos, a base da democracia assenta-se no cidadão, aquele que possui o poder de eleger e de ser eleito. Em meio a tantos escândalos recorrentes da prática endêmica de “politicagem”, esquece-se da definição de “política”. Para os gregos antigos, a política é a prática por excelência do cidadão, o habitante da polis (cidade) grega, a mais elevada arte da comunicação entre os homens. A troca de idéias, o debate, as propostas para melhoria da vida em comum, passam necessariamente pela livre expressão de pensamentos e de críticas. A forma mais sagaz da crítica é o humor. Próprio das pessoas inteligentes, o humor é uma virtude essencial à composição da maior de todas as virtudes, o amor.
Em meio a não observância da lei “Ficha Limpa” em pleno período eleitoral, a censura ao humor político revela muito mais do que a manutenção de uma lei anacrônica e sem sentido: demonstra a manutenção de uma forma sórdida de poder, o da perpetuação dos interesses de poderosos grupos econômicos, que lucram em muito com a manutenção de representantes políticos que insistem em fazer “politicagem” e não “política”. Creio que o humor tem muito a fazer para ajudar a desmascarar esse tipo de candidato. Estão levando a política muito a sério?
Confira a entrevista de Daniel Gentil durante a passeata no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=3bpJyzx179E
Boa semana a todos!
Charles.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Dica da semana! Filme: "Uma noite em 67"
A década de 60 representa o ápice de um movimento planetário conhecido como “Contracultura”. Iniciado nos Estados Unidos, o descontentamento dos jovens com os rumos que a humanidade trilhava durante a Guerra Fria, principalmente em oposição à Guerra do Vietnã, foram expressos em movimentos sociais embalados pela máxima “Faça Amor não faça guerra” e regado a muito rock.
No Brasil, em plena Ditadura Militar, ocorre em 1967 o Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, no qual nomes de peso da cultura brasileira iniciavam suas carreiras como Gilberto Gil, Chico Buarque, Os Mutantes e Caetano Veloso. O filme de Renato Terra e Ricardo Calil “Uma noite em 67” está em cartaz na cidade e traz registros da época do emblemático festival, com cenas e entrevistas dos bastidores, antevendo o que viria a ser o “Tropicalismo”, nossa mais generosa contribuição a “Contracultura” e talvez a mais bela reação à Ditadura Militar que assolou nosso país de 1964 a 1985.
Sugiro a todos que queiram conhecer mais sobre esse período e sobre a cultura brasileira que vejam o documentário antes que sai de cartaz para dar lugar a mais um enlatado Stallone que insiste em dizer que no Brasil se pode explodir o que quiser e ainda receber um macaco de presente. Lamentável...
No Brasil, em plena Ditadura Militar, ocorre em 1967 o Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, no qual nomes de peso da cultura brasileira iniciavam suas carreiras como Gilberto Gil, Chico Buarque, Os Mutantes e Caetano Veloso. O filme de Renato Terra e Ricardo Calil “Uma noite em 67” está em cartaz na cidade e traz registros da época do emblemático festival, com cenas e entrevistas dos bastidores, antevendo o que viria a ser o “Tropicalismo”, nossa mais generosa contribuição a “Contracultura” e talvez a mais bela reação à Ditadura Militar que assolou nosso país de 1964 a 1985.
Sugiro a todos que queiram conhecer mais sobre esse período e sobre a cultura brasileira que vejam o documentário antes que sai de cartaz para dar lugar a mais um enlatado Stallone que insiste em dizer que no Brasil se pode explodir o que quiser e ainda receber um macaco de presente. Lamentável...
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Vamos ao que interessa?
Comentário do edital do Jornal Folha de São Paulo do dia 01/08/2010 da jornalista Eliane Cantanhêde intitulado "Vamos ao que interessa?".
A jornalista foi bastante feliz em suas colocações quanto ao caminhamento da disputa presidencial. Enquanto os principais candidatos oferecem aos eleitores denúncias de caráter pessoal e eleitoreiro a seus adversários, os pontos principais que nós eleitores desejamos saber, não são comentados.
Dois exemplos citados no editorial merecem destaque. O primeiro trata dos dados revelados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) acerca da posição do Brasil em desigualdade de renda, o terceiro pior colocado no mundo, ao lado do Equador. O segundo trata da questão da Educação (sempre ela!), na qual o Brasil possui uma nota anual de 4,6 segundo o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Alerta a jornalista, que o Brasil dificilmente atingirá a meta de obter uma nota 6 até 2011.
Diante destas questões, os candidatos deveriam ir direto ao assunto, ao que interessa a nós brasileiros: como reverter essa histórica desigualdade social que reina no Brasil há séculos?
Para ler o edital, acesse o link abaixo:
https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/1/vamos-ao-que-interessa
A jornalista foi bastante feliz em suas colocações quanto ao caminhamento da disputa presidencial. Enquanto os principais candidatos oferecem aos eleitores denúncias de caráter pessoal e eleitoreiro a seus adversários, os pontos principais que nós eleitores desejamos saber, não são comentados.
Dois exemplos citados no editorial merecem destaque. O primeiro trata dos dados revelados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) acerca da posição do Brasil em desigualdade de renda, o terceiro pior colocado no mundo, ao lado do Equador. O segundo trata da questão da Educação (sempre ela!), na qual o Brasil possui uma nota anual de 4,6 segundo o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Alerta a jornalista, que o Brasil dificilmente atingirá a meta de obter uma nota 6 até 2011.
Diante destas questões, os candidatos deveriam ir direto ao assunto, ao que interessa a nós brasileiros: como reverter essa histórica desigualdade social que reina no Brasil há séculos?
Para ler o edital, acesse o link abaixo:
https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/1/vamos-ao-que-interessa
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