quarta-feira, 10 de novembro de 2010

VALE CULTURA OU BOLSA CULTURA

Tramita no Congresso Nacional mais um projeto de criação de uma nova bolsa para a população brasileira no amplo projeto de ações afirmativas iniciado ainda na gestão FHC. Trata-se dessa vez do “bolsa cultura” que, segundo pesquisa feita pelo DATAFOLHA em parceria com a produtora cultural J. Leiva, conta com o apoio quase unânime dos entrevistados. O projeto prevê quase R$ 3 bilhões de gastos anuais. Em São Paulo, os entrevistados disseram que usarão esse dinheiro para, prioritariamente, comprar CDs e depois DVDs. O estilo mais citado é o Sertanejo. A título de informação, Balet e Museus estão nos últimos lugares de preferência do público consultado.
Como sabemos, o Brasil ocupa um péssimo lugar no IDH da ONU. Também sabemos que a Educação é bastante deficitária e a cultura, evidentemente, não é uma prioridade em situação tão delicada como a vivida pela maior parte da população brasileira.
Caros colegas: o que pensam dessa iniciativa?
Para maiores informações: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0711201017.htm

23 comentários:

  1. Sinceramente, a cada dia fico mais indignada! Com tantas prioridades que temos, tantas coisas que o nosso povo carece, e essas notícias de dinheiro e tempo gasto que não resolvem em nada a nossa situação, pior ainda, cala ainda mais os "analfabétos políticos" (por opção ou imposição da falta de oportunidade). Assim está muito difícil mesmo.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. o que eu penso? oras... não é fato que a nossa "cultura" sofreu colapso já ha muito tempo??... está em decadência (ambas... tanto "erudita" quanto popular)... É isso o que "penso"...¬¬

    O que vem a ser "cultura" afinal??? Certamente não é mais o "conhecimento", ciência, arte, história... mas sim, CULTURA DE MASSA... Essa é a nossa cultura! Em outras palavras, "American Way of Life", "time is money!", identidades, ideologias, imagens, representações, SIMULACROS de todo tipo... Signos de diferenciação, de comparação, significantes sem referências, à deriva, flutuantes... significantes sem significados (ou melhor, com um único significado: o do NARCISISMO... do orgulho, da presunção, do desejo de poder, de propriedade privada, etc...)

    Inveja, orgulho, competição, acumulação, desejo, "pulsão de morte", violência, agressão, perversão... ESTA É A NOSSA CULTURA! E nestes termos foi fundada nossa sociedade...

    é insustentável qualquer iniciativa de tentar "educar" a população (todas as "classes") nessas condições...

    ResponderExcluir
  4. Sou contra esse bolsa família, bolsa isso ou bolsa aquilo, pois pelo fato do Governo dar esse monte de benefícios em dinheiro para as pessoas é que o Brasil vai continuar analfabeto, sem cultura, com fome, já dizia o velho ditado "Não devemos dar o peixe, e sim ensinar a pescar". Mais um bolsa onde milhões de cadastrados não serão pessoas carentes necessitadas de tal recurso e também onde muitos não usarão para a finalidade do projeto, o resultado da pesquisa já mostra que é mais um bolsa furado!!!

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Acho sinceramente um absurdo dizer que num país como o nosso a cultura não é uma prioridade.

    É graças à baixa cultura da população brasileira que vivemos situações tão graves de violência e falta de educação decorrentes do ócio de muitos.

    Sou a favor do bolsa cultura sim. E acredito que Educação e cultura devem ser as prioridades máximas do governo brasileiro, independente de preferências partidárias.

    ResponderExcluir
  7. Bolsa Cultura ?? Interessante !! Mais do NOSSO dinheiro investido em nada. Afinal, ter aquele cdzinho garantido, aquela ida ao cinema para ver filmes que nao acrescentam em nada, não vão melhorar em nada a nossa cultura.

    A idéia não é das piores, mas por que não distribuir ingressos para peças de teatro, museus e afins, ao invés de mais dinheiro para aqueles que de tanta bolsa, já nem precisam trabalhar !?!

    E serão mais 4 anos assim u.u
    Eu não acredito !!

    - PâmelaLopes.

    ResponderExcluir
  8. Sempre ouvi muitas críticas contra os programas sociais do governos Lula, as famosas "Bolsas". Ontem eu vi uma matéria na Folha.com sobre a vida dos pernambucanos. Estes programas sociais estão ajudando e muito a população, isto está acabando com a miséria no Brasil e ainda está movimentando a economia da região, portanto é ótimo para a população em geral, pois está ajudando os pobres e os comerciantes (ricos). Existem várias matérias que apontam estes benefícios, na revista Veja, no programa Roda Viva e por ai vai.
    Parabéns, a miséria está sendo erradicada, mas de nada adianta dar o peixe e não ensinar a pescar. O mercado de trabalho já está com falta de mão de obra qualificada, e isto está ligado aos problemas da educação brasileira. O governo precisa fazer uma pesquisa com os professores, e detectar qual o maior problema dos alunos, e assim desenvolver este programa. Enfim, acho que este novo programa do governo deveria ser utilizado apenas para a compra de Livros e Revistas, algo que incentive a leitura, pois o Brasil tem graves problema de analfabetismo funcional, são cerca de 75% dos brasileiros, segundo o IBGE (2005).

    Henrique K. Ishihara

    REFERÊNCIAS
    Roda Viva - Roda Viva - Jaques Wagner: Bloco 4
    http://www.youtube.com/watch?v=Bgj7uBu9688

    Debate - Analfabetismo Funcional
    http://www.youtube.com/watch?v=RsVzb3FOkQ8

    ResponderExcluir
  9. Como foi dito acima, a falta de investimento em coisas realmente importantes é o que indigna e faz com que o país não "vá para frente".
    É uma quantia muito significativa gasta em futilidades. Uma sugestão seria distribuir ingressos direcionados já com esse função de inclusão cultural (museus, concertos, livros com valor literário)Isso sim seria aceitável e até inovador, porém, definir como "Bolsa-Cultura" a distribuição de dinheiro para pessoas que mal tem como sobreviver comprar CDS e DVDS é péssimo.

    ResponderExcluir
  10. Sinceramente falando, as única bolsas que deveriam existir seriam o bolsa família para a erradicação da miséria como forma de distribuição de renda. E a bolsa escola, para as famílias que mantém os filhos nas escolas públicas, para incentivar a educação dos mais jovem, para q no futuro tenham mais oportunidades de conseguir um emprego e ajudar em casa após a formação do segundo grau e durante esse tempo de estudo, o governo deveria investir nas bibliotecas, e distribuir ingressos especialmente para teatros, cinemas, shows e concertos musicais. Ao invés de dar mais dinheiro pra comprar cds e dvds, isso se não for pra comprar outras coisas q não tem nada a ver com cultura. Se não, em poucos anos estaremos em uma situação q o povo brasileiro menos favorecido, fique acomodado com inúmeras bolsas, e nem procure mais emprego, vivendo desocupado, que levaria a insanidade em massa e todos continuarão mantendo o PT no poder, para não mais ter que trabalhar.

    Fabio Tintori
    AVC-MA2

    ResponderExcluir
  11. Concordo plenamente com a maioria dos comentários,principalmente com o acima de mim, Pão e Circo.

    É ridículo ver que medidas que deveriam ser provisórias, tais como o bolsa família sejam motivo de eleição da atual presidente Dilma, e que esse Bolsa Cultura esteja em processo de criação.

    Como medidas provisórias para diminuir o nível da miséria, acho válido, no entanto, serão no total 12 anos com bolsas que nada mais fazem do que dar o peixe à população ao invés de ensinar a pescar. E o que acontece em regiões demasiadamente pobres é que é extremamente melhor viver de bolsa família do que trabalhar 12 horas por dia num andaime pra ganhar no final do mês um salário mínimo.
    Sem falar que ter filho, agora, é uma atividade lucrativa. Achei que barriga de aluguel não era das atividades mais bem vistas no país.
    É o começo do fim de uma nação quando ela se conforma em receber esmola e deixa de trabalhar e lutar por seus ideais, mas como todos sabemos, o Brasil é um país passivo e até mesmo o fim da escravidão foi uma medida vinda de cima para baixo e não vice-versa.
    É a primeia vez na história que quem trabalha e ganhou dinheiro por mérito próprio (todos sabemos que nem todo mundo veio de família rica, e se veio, o dinheiro não simplesmente caiu do céu, veio de trabalho duro de alguém, em alguma geração)é mal-visto pela população, e ser pobre e não ter como sustentar a família, como motivo de orgulho.
    PReciso citar, netse caso, o dono da Hypermarcas, Seu Júnior, http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/12/07/perfil-seu-junior-dono-da-hypermarcas-915086383.asp , que não tem faculdade, e se hoje tem um império, é porque batalhou muito por isso.
    Esse sim deveria ser um ídolo da nação, e não presidentes que prometem esmolas à troco de votos.

    ResponderExcluir
  12. Acho que isso é só mais uma bolsa da qual ninguém tem controle do quanto vai ser usado e depois dirão que arrecadação deve aumentar novamente.

    ResponderExcluir
  13. Interessante haver um incetivo a cultura, para aqueles que acham isso inútil e reclamam que "o brasil falta cultura" seu conceito de cultura está decadente. É necessário valorizar e conscientizar os aspectos de conhecimento e ensino para que possa elevar o nível cultural da população. Não há nada de errado agregar valores culturais externos de outros países, pois querendo ou não, vivemos em uma cultura de massa globalizada, e estes valores externos se infiltram e misturam conforme o grupo, comunidade ou sociedade. Diria que é ingênuo falar de valorizar apenas culturas locais e originalmente nacionais, pois mto dos mesmos podem ou foram formados de costumes e valores antes em outros países e que migraram ao brasil em séculos passados. Falar de patriotismo, quando se fala em cultura é um tiro no pé, pois vai de acordo com valores do patriarcado, que ao meu ver é o mais insustentável em 2mil anos (daí pra mais).
    Confesso que a escolha deste conteúdo dos cds e dvds parte de um senso comum, talvez baseando-se pela massa que realmente ouve sertanejos, pagodes e afins. Mas as pessoas que reclamam querem oq? enfiar Tchaikovsky guela abaixo no dono do buteco? Claro que não!! um processo cultural demora, não dá pra enfiar na cabeça do indivíduo da noite pro dia, precisasse de uma base e essa base ainda é mto fraca.

    ResponderExcluir
  14. Bom gente, isso é muito relativo, por exemplo, eu sou bolsista e estou quase me formando e já trabalho na área, com certeza eu não teria essa oportunidade de pagar meus estudos se não fosse por essa bolsa. É muito difícil ver a vida da janela dos seus apartamentos onde não falta nada e simular o que acontece na vida real lá embaixo. Caridade e amor ao próximo sempre caem bem.

    ResponderExcluir
  15. Pois é Mauro, concordo com vc e ainda anexo. É fácil ser branco, classe média, ter carro, dinheiro e criticar os "diferentes" do status-quo.
    Essas bolsas demonstram o quanto de pessoas ajudaram ou ainda ajudam, isso até pode ser demonstrado estatisticamente, mas poucos se importam se a miséria diminuiu 14% e de que o trabalhador antes da bolsa família que se sujeitava a ganhar 100 reais, hoje se valoriza e exige condições melhores de vida e emprego, isso é errado? Errado é que ainda sim, o pobre trabalhador ainda não é valorizado e por isso sim se acomodam com o auxílio do governo. É muito fácil um fascistinha reclamar do alto do seu apê ou de dentro do seu carro que o dinheiro do governo vai para um pobre miserável, o difícil mesmo é se conscientizar e informar aos menos afortunados, isso ninguem quer discutir ou pelo menos fingi que discute.

    ResponderExcluir
  16. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Acho esses (ou essas) "bolsas" como algo válido em um CURTO PRAZO. Enquanto eles tapam o buraco, outras providências são tomadas.

    O problema é que os "bolsas" agora assumem papel principal e deixa-se todo o resto em segundo plano.

    Isso, para mim, é no mínimo inversão de valores.

    ResponderExcluir
  17. Concordo com a Luciana Sanchez.Porem acho legal a ideia do bolsa familia como era para ser feita, uma ajuda de custo para pessoas carentes mas desde que estas fizessem por merecer. O que hoje não é o caso. Abriram a porteira e quero ver agora para fechar, ou melhor quem sustentará? Claro que somos nós que acordamos cedo, trabalhamos e estudams para ser alguem na vida... Agora vem essa da cultura, o que me deixa intrigada o que é cultura pra eles? Comprar CD e DVD pirata? Assistir o time num estádio?Nada contra, gosto de futebol, mas deveriam incentivar a ver coisas mais produtivas, artes, museus, danças, folclore e história ... ai sim tlvez teremos pessoas com mais educação... educação que me refiro é conhecimento.

    ResponderExcluir
  18. 3 bilhões em bolsa cultura, isso sim é dinheiro jogado fora, por que eles não sabem como investir ou não querem fazer direito. Concordo com o que Panzinha disse, esse dinheiro poderia ser usado para o incentivo de peças, cinema, museu, artes, para que eles possam ser mais acessíveis e mais divulgados.
    Um ponto que não foi devidamente abordado nessas eleições por nenhum dos candidatos foi a bendita da educação. Aqui no brasil a educação é pessima, muitas escolas publica não tem estrutura para poder funcionar direito, e eles querem dar bolsa cultura pra galera comprar cd e dvd? pirata, com certeza..

    essa é a famosa politica do PÃO E CIRCO.

    ResponderExcluir
  19. Queria ver esse pessoal do "ensine a pescar" tentar ensinar qualquer coisa que seja a uma pessoa desnutrida. O assistencialismo do governo é uma medida paleativa, que ao contrário do que a mídia manda vocês repetirem, não foi feita para perpetuar a situação de miséria e sim paulatinamente corrigí-la.
    Há 20 anos o problema do Brasil era a liquidez, que impedia qualquer medida sócio-econômica de ter sucesso. Veio o Collor e resolveu esse problema com o confisco da poupança. Isso permitiu que o Itamar implementasse o Real, e controlasse a inflação, que era o grande monstro da época. Após FHC e a estabilidade, o grande problema do Brasil era a fome e a miséria. A solução encontrada foi aumentar o assistencialismo, vinculando o benefício com a manutenção das crianças na escola (ensinando a próxima geração a pescar?), e garantindo a alimentação dos pais, permitindo que estes ingressem no mercado de trabalho, mesmo como mão-de-obra braçal e desqualificada. Remediado o problema da fome e da evasão, fica o da qualificação profissional, onde entra o PROUNI. Se você procurar entender como funciona o programa e ainda assim for contra, seu problema é preconceito contra pobre. Simples assim. Agora os antes miseráveis podem comer, podem mandar seus filhos para a escola ao invés do semáforo, e olhem só a ousadia, até mandar pra faculdade! Você realmente acredita que essa pessoa vai ficar ganhando 400 reais pra família toda o resto da vida ou vai procurar um emprego, já que agora - ou logo - ela e seus filhos estarão aptos? O problema a enfrentar agora é o da educação, o que inclui a cultura. Educação fundamental e básica são responsabilidade dos governos municipal e estadual, respectivamente. Portanto, se você acha que as escolas públicas de São Paulo formam analfabetos, você deve culpar quem controla o Estado e a Prefeitura. Incentivo à cultura seria principalmente responsabilidade do Governo Federal. Se você olhar a produção cultural do Brasil vai ver que mesmo projetos de grandes grupos empresariais são financiados com dinheiro público através dos mais diversos programas de incentivo à cultura.
    O que a bolsa cultura propõe é a incorporação de um vale-cultura, como existe com a alimentação e transporte, aos benefícios trabalhistas, num valor máximo de 50 reais por mês, para uso em cinema, teatro, shows e espetáculos culturais em geral. Não é "grana pra comprar DVD pirata". E o custo disso seria dividido em 20% ao trabalhador, 30% ao estado e 50% ao empregador. Chega a ser cômico ver que algumas pessoas acham que podem dizer em que outras deveriam gastar. Existe lixo na música, existe lixo no teatro, existe lixo na pintura. Assim como existe grandes obras em todas artes, estilos, tendências e afins. Cada pessoa tem o direito de consumir aquilo que ela prefere. Se vai ser enlatado europeu pseudo-erudito, brega rotulado de sertanejo new age, batucada neo-maculelê de hippie de boutique, ingresso pra ver uma exposição de grandes mestres, uma ópera ou final de campeonato, é muito mais uma questão de gosto do que qualquer outra coisa.

    ResponderExcluir
  20. Vejo todo tipo de Bolsa como algo paleativo e que remete a uma compra de votos mascarada. O problema tem uma raíz muito mais funda. Ninguém consegue se preocupar com museus, cinemas, galerias de arte, bibliotecas se não tiver o básico que passa por habitação, saúde e educação. Esses sim, são os maiores problemas que todos os governos perpetuam a furtar da população contrariando em tese a Constituição Federal já que os dá, contudo sem menor qualidade ou em muitos locais desse enorme Brasil nem tem.
    Portanto sou terminantemente contra a esses tipos de Bolsa e para aqueles que mencionarem o Bolsa Família para os sertanistas, basta lembrar que eles estariam mais felizes se tivessem um excelente sistema de irrigação e absorção do mercado do que plantassem, sem ficar mendigando o pão.

    ResponderExcluir